Muita gente não sabe, mas a carne do gado Wagyu é a melhor e mais valorizada em todo o mundo. Graças às suas características especiais, este produto tem sabor, textura e suculência totalmente diferenciados de outros tipos de carne. Além disso, seu consumo oferece alguns benefícios exclusivos.
Quer descobrir mais sobre este assunto? Então continue conosco na leitura deste artigo. Hoje, você vai descobrir quais são as diferenças entre a carne Wagyu comparada às demais.
Conheça a carne Wagyu
Antes de tudo, que tal conhecer esta carne inigualável?
Wagyu são raças de gado de corte muito especial, cujas origens na idade moderna remontam ao Japão. De forma geral, os animais desta raça são muito diferentes dos demais gados de corte encontrados ao redor do planeta.
A um primeiro olhar, eles se caracterizam por apresentar um porte mediano e ter um temperamento muito tranquilo. Contudo, os principais atributos que tornam esta carne superior não são visíveis a olho nu.
A diferença mais marcante entre o gado Wagyu e as demais raças cuja criação tem como objetivo final o corte é a qualidade de sua carne. Isso ocorre porque o gado Wagyu é capaz de realizar um estoque de gordura intramuscular muito superior às demais raças. E é isso que origina uma característica comercial importante, chamada marmoreio.
Os veios de gordura entrelaçados à fibra proteica da carne geram um visual que remete ao mármore, dando o nome desta propriedade. E o marmoreio da carne é extremamente importante, pois é um fator decisivo para o sabor e a maciez, assuntos que veremos em maior detalhe mais adiante neste artigo.
A origem do gado Wagyu
O Wagyu é conhecido como um gado de origem japonesa, em função da formação genotípica atual, que foi alcançada a partir de cruzamentos que ocorreram no Japão. No entanto, vale ter em mente que se formos voltar na história e analisar a fundo os primórdios da raça, encontraremos uma raça taurina milenar da Europa.
A sua introdução em território japonês ocorreu por volta do século II D.C., e foi fruto do envio de animais da raça como força de trabalho, para operar nos campos de arroz. O gado europeu chegou ao local pela Península Coreana e tomou as características que possui hoje em função do isolamento que sofreu em seguida.
É preciso compreender que os animais enviados ao Japão ficaram restritos a uma área montanhosa, portanto, de difícil acesso. Isso gerou o princípio de um fenômeno conhecido como especiação alopátrica ou geográfica, que ocorre quando um pequeno grupo de uma espécie é separado de seus semelhantes por uma barreira física.
No caso do gado Wagyu, ocorreu o chamado efeito do fundador. Este pequeno grupo que migrou foi capaz de sobreviver e, ao longo de centenas de anos de isolamento reprodutivo, adquiriu características genéticas diferenciadas da população original de sua espécie.
E não foi só a barreira geográfica que contribuiu para a formação das raças Wagyu como a conhecemos hoje. A partir de 1635, um Shogun determinou o fechamento dos rebanhos japoneses, o que gerou mais 200 anos de isolamento completo, que só terminou com a Restauração Meiji em 1868.
Atualmente, o gado Wagyu que conhecemos é fruto de quatro genótipos japoneses distintos, que ainda se ramificam em diferentes cepas.
As classificações da carne Wagyu
No Japão, a carne Wagyu recebe diferentes classificações, por um sistema que é replicado em todo o mundo. A Japan Meat Grading Association dá pontuações diferentes para cada peça de carne com base em seu rendimento e qualidade.
Este sistema aplica classificações de A a C e indica características como a cor, o marmoreio, o nível de maciez e a qualidade geral, que pode variar entre notas de 1 a 5. Neste âmbito, a carne Wagyu de mais alta classificação é a que recebe gradação A5.
Para produzir uma carne de alta qualidade, as criações Wagyu seguem normas muito estritas, desde a cruza, até a alimentação e a ambientação nos diferentes estágios da vida do animal. Além disso, o gado Wagyu exige abate mais tardio, a fim de potencializar o marmoreio da carne.
Todos estes cuidados geram um produto de maior valor comercial. No Brasil, a carne Wagyu A5 tem o valor do quilo se iniciando na casa dos R$ 1.300,00, variando conforme o corte.
Carne Wagyu x Carne normal
Como você já sabe, todo o processo de criação do gado Wagyu é mais longo do que o do gado comum e aplica uma série de normas bastante estritas para potencializar a qualidade desta carne. E é a combinação da genética diferenciada com os cuidados especiais que o gado recebe que geram as qualidades indiscutíveis da sua carne.
Textura inigualável
A primeira coisa que você notará ao saborear um corte de carne Wagyu é sua textura única, não se encontra nas carnes comuns. As camadas visíveis de gordura branca entre as fibras musculares de um vermelho brilhante produzem um marmoreio que torna carne muito mais saborosa e macia, derretendo na boca.
O marmoreio característico da carne Wagyu é resultado de uma genética que produz maior concentração de ácidos graxos. Por isso, este gado gera um sabor e uma maciez muito mais expressivos quando comparado a outras raças criadas para o corte.
E um grande diferencial da carne Wagyu é que a composição desta gordura intramuscular que forma o cobiçado marmoreio inclui ácidos graxos benéficos para o consumo humano. As chamadas gorduras boas estão presentes em quantidades inigualáveis, de forma que a carne deste gado é rica em ômega 3 e ômega 6, que normalmente não associamos ao consumo de carne vermelha, mas a peixes e oleaginosas.
Assim, além de seu sabor incrível, a carne Wagyu também se distingue das demais carnes por ter uma composição diferenciada e benéfica à saúde humana.
Como você viu, são muitos os fatores que fazem da carne Wagyu totalmente diferente de outros tipos de carnes. E essas distinções começam séculos atrás com o isolamento do gado de trabalho nas montanhas japonesas. Foi todo um conjunto de fenômenos que gerou este produto nobre e diferenciado, que traz um sabor único, que não pode ser encontrado em nenhuma outra carne.
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